terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E AS PRÁTICAS EDUCATIVAS: ESTEREÓTIPOS MASCULINOS E FEMININOS




Pintura do professor de Arte e Artista Plástico Marcelo Uchoa - Aracajú (SE) -  06/01/2007, cedida gentilmente através de contatos por e-mail, para ilustrar minha Dissertação de Mestrado, defendida no dia 25/03/2010 quinta-feira às 16:00 hs na Universidade Metodista de São Paulo - Campus Vergueiro/SP, onde a imagem foi inserida justamente na intenção de provocar uma discussão e reflexão  sobre  os estrereótipos masculinos e femininos que são fabricados durante as aulas de Educação Física na escola. 
Para saber mais sobre Marcelo Uchoa ver:




Participaram da banca examinadora, da direita para esquerda na sequência:




Prof.Dr. Elydio dos Santos Neto - UMESP/SP
Profa.Dra. Jane Soares de Almeida - UMESP/SP
Mestrando Narciso Mauricio dos Santos  - UMESP/SP
Prof. Dr. Samuel de Souza Neto - UNESP/Rio Claro


Suplentes:

Prof. Dr. Marcelo Carbone Carneiro - UNESP / FAAC - Bauru/SP
Prof.Dr Danilo Di Manno de Almeida - UMESP/SP

É com grande carinho e emoção que agradeço a todos vocês professores  da banca examinadora (Prof.Dr. Elydio, Prof.Dr.Samuel), professora orientadora (Profa.Dra.Jane) e principalmente as doze (12) professoras (sujeitos da pesquisa) que participaram gentilmente das entrevistadas (Professoras: Eliane, Janaina, Ivy, Viviane, Marisa Estela, Thalita, Maria José, Lúcia Helena, Rosana, Ana Cecilia, Leila e Fernanda).  

Sem sombras de dúvidas, vossas contribuições foram significativas e irão contribuir para o avanço da Educação e especificamente, para a  área da Educação Física dentro do espaço da escola ...


"Só vocês sabem o quanto eu caminhei para chegar até aqui "

(Toni Garrido, Lazio Da Gama e Bino Farias).


OBRIGADO !  

Prof.Ms. Narciso Mauricio dos Santos - 15/02/2011

Mulheres e homens na docência ...etnia e raça

A UTILIZAÇÃO DO SEMINÁRIO COMO FERRAMENTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.

Sabe-se que ao longo da história, a Educação Física priorizou conteúdos em uma dimensão quase exclusivamente procedimental. Pensando nos conteúdos da Educação Física, não se pode deixar de considerar que a disciplina também pode tratá-los de forma atitudinais e conceituais. Coll et al.(2000), definem os conteúdos como uma organização selecionada de formas e saberes culturais que podem ser caracterizados como: conceitos, explicações detalhadas, habilidades apropriadas, diversos tipos de linguagens, valores éticos e morais entre outros.Também é importante sublinhar que os conteúdos escolares, destacados para essa discussão possuem vastos resquícios históricos e socialmente construídos, sendo elaborados e reestruturados conforme as diversas realidades nas quais os docentes enfrentam e até mesmo perpassam em suas experiências diárias e formativas. Diante destas considerações, observa-se também em alguns cursos de formação profissional da área, que os currículos priorizam tratar dos assuntos ligados à disciplina, apenas na perspectiva do que se deve saber fazer - (dimensão procedimental), e desta forma, os professores acabam por apresentar dificuldades em trabalhar os conteúdos na forma conceitual, ou seja, o que se deve saber. Neste caso, os conteúdos estão diretamente ligados a conhecimentos, habilidades, hábitos, valores e atitudes, organizados pedagógica e didaticamente. Assim, percebeu-se no cotidiano da escola em evidência, após observações de anos anteriores, que os alunos apresentavam resistências a iniciativas que incluíssem discussões sistematizadas sobre a dimensão conceitual e atitudinal nas aulas de Educação Física, tendo em vista a cultura construída historicamente ao longo dos tempos. Assim sendo, adotou-se no planejamento da disciplina de Educação Física da Etec Adolpho Berezin – Mongaguá, desde o ano de 2006, tratarmos alguns assuntos considerados emergentes, utilizando como estratégia o seminário.  Pensando nas problemáticas apontadas, mais do que ensinar a fazer, os objetivos que permeiam esta prática pedagógica estão diretamente ligados aos contextos nos quais são esperados que os alunos atinjam e se classificam em: obter uma contextualização das informações, aprender relacionar-se com os colegas respeitando o processo de ensino-aprendizagem e a diversidade de cada um, aproximar o aluno do processo de pesquisa e saber apropriar-se dos meios tecnológicos para facilitar o ensino. A justificativa para o desenvolvimento de seminário, vem ao encontro e contribui com o processo de reflexão, exigindo dos alunos disciplina, rigor, metodicidade e sistematização, fazendo avançar o saber. Também, é interessante verificar que o significado etimológico da palavra Seminário – “origina-se do latim seminariu, que significa viveiro de plantas onde se fazem sementeiras”. (FERREIRA, 1997). Por sua vez, sementeira dá a idéia de proliferação daquilo que se semeia, levando essa técnica, significar a ocasião de semear ideias ou de favorecer sua germinação. A metodologia para essa proposta está centrada nos estudos de Veiga (1991), pois considera característica essencial do seminário, promover a oportunidade dos alunos desenvolverem requisitos que se referem à investigação, crítica e independência intelectual. O conhecimento a ser assimilado e reelaborado é estudado e investigado pelo próprio aluno, como sujeito de seu processo de aprendizagem. O professor assume o papel de coordenador, o grupo da classe, debatedores. Enquanto técnica de ensino envolve elementos da aula expositiva e dinâmica de grupo. Nesse contexto, empregar seminário como estratégia de ensino-aprendizagem implica três etapas: preparação, apresentação e avaliação. (VEIGA, 1991). Como resultado desta proposta, aponta-se alguns trabalhos significativos que obtiveram repercussão na região, onde os alunos, após conclusão da proposta disciplinar, apresentam a comunidade escolar e em outras unidades estaduais, principalmente na ocasião da divulgação do vestibulinho. 

Palavras – chave: Educação Física. Seminário.  Conteúdos. Ensino-aprendizagem.

Narciso Mauricio dos Santos.
Centro Paula Souza - ETEC: “Adolpho Berezin” – Mongaguá / SP.

OS ESTEREÓTIPOS E AS RELAÇÕES DE GÊNERO NAS PRÁTICAS EDUCATIVAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO DE ETECS.

As práticas educativas direcionadas para o ensino médio e os desafios enfrentados pelos professores e professoras de Educação Física em relação a adotar uma postura que contemple o trabalho com turmas heterogêneas constituem-se em um processo de construção social e histórico amparado por legislação, mas, que também vem sendo tratado e discutido por alguns pesquisadores da área. No âmbito deste contexto, os objetivos desta pesquisa tiveram como ênfase (a) pensar sobre o corpo e as práticas educativas da Educação Física escolar direcionadas por professores e suas possíveis relações na construção dos estereótipos masculinos e femininos, (b) averiguar e apontar como os corpos são construídos sob o olhar de referências, atributos e culturas advindas das relações de gênero e (c) investigar se as questões de gênero imbricadas nas práticas educativas da Educação Física direcionadas aos alunos do primeiro ano do ensino médio tem relevância para a criação de estereótipos entre homens e mulheres e /ou meninos e meninas tendo em vista através de dados teóricos que a área possui uma forte tendência à direcionar suas práticas  ao público  masculino. Nesta perspectiva, a pesquisa teve como eixo metodológico, um estudo descritivo de análise qualitativa com técnicas de entrevistas semi-estruturadas para a obtenção de dados empíricos; se apropriando das ferramentas de computação e de internet para organizar os dados, neste caso específico priorizou-se somente aos alunos do primeiro ano do ensino médio de três instituições do Centro Paula Souza, a saber: ETEC Adolpho Berezin - Mongaguá, ETEC de Itanhaém - Itanhaém e ETEC Dra. Ruth Cardoso – São Vicente. O foco dos questionamentos nestas entrevistas emergiu das temáticas sobre estereótipos e relações de gênero e tiveram como direcionamento os seguintes questionamentos:
- Durante as práticas educativas da Educação Física escolar, observa-se algumas interferências por parte dos alunos e até mesmo de professores em relação às questões de gênero? - A escola enquanto instituição e as práticas da Educação Física contribuem para fortalecer valores conservadores em relação às questões de gênero? - As práticas educativas da Educação Física na escola contribuem para reforçar a construção de estereótipos?
Pensando nestas problemáticas destacadas, o referencial teórico se valeu dos escritos sobre gênero, da crítica teórica feminista e das atuais publicações na área da Educação e especificamente da Educação Física escolar para justificar os possíveis apontamentos investigados. As contribuições da pesquisa pautaram-se na apresentação de dados sustentáveis que reforçam a importância da discussão sobre as relações de gênero e as possíveis construções de estereótipos no espaço escolar. Os resultados alcançados apontam que é necessário rever os conceitos em relação ao masculino e feminino durante a estruturação e elaboração das práticas educativas direcionadas para alunos e alunas do ensino médio.   




Narciso Mauricio dos Santos
Centro Paula Souza - ETEC “Adolpho Berezin” – Mongaguá/SP.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mulheres na docência da Educação Física escolar: olhares e desafios nas questões de gênero e estereótipos.

Formar profissionais para a Educação é assunto polêmico e discutido por muitos autores, dentre eles, referencio, Alarcão (1996), Fischmann (1986) e Gatti (1997), os quais expõem através dos estudos, direcionamentos que consideram pertinentes para questões formativas nos conteúdos teóricos discutidos, indicando necessidades emergentes para constituir um profissional de caráter amplo, com pleno domínio e compreensão da realidade do seu tempo, onde a prioridade tende a consciência crítica reflexiva, permitindo interferir de forma significativa, transformando situações inusitadas, tanto na escola, no cenário educacional, ou quem sabe na sociedade onde está inserido. Ter a docência como base de sua identidade seria o ideal ao profissional ligado a educação, onde, independente desse item como requisito, teria ainda que dominar bem o conhecimento específico de sua área de atuação, articulado aos conhecimentos pedagógicos e práticos para exercer sua função. Sendo assim, a formação do professor, precisa intencionalmente possibilitar de maneira geral e especifica, seu desenvolvimento como pessoa, profissional e principalmente cidadão. Depois destas primeiras aproximações, exponho uma discussão que complemente o tema até aqui revisto, discorrendo com mais intensidade e objetividade sobre a formação e docência do profissional de Educação Física, seja na licenciatura ou bacharelado e as relações de gênero que permeiam esse campo durante seu trajeto, tendo em vista que a área carrega em sua história, uma herança enraizada no perfil militar, onde o processo formativo se remetia especificamente numa estrutura de dois anos com ênfase nos aspectos biológicos e técnicos, ou seja, conhecimentos sobre o corpo humano e os relacionados às ginásticas e aos esportes, tudo isso caracterizando a figura masculina como prioridade nos cursos. Nesta perspectiva, cabe ainda recordar que o processo para formação inicial de profissionais de Educação Física no Brasil, encontrava-se ligado à Marinha, à Força Pública e principalmente ao Exército, onde, estes órgãos se apropriavam de diferentes Métodos Ginásticos para a efetivação dessa formação, ou seja, uma educação de caráter especificamente técnico e prático. Neste contexto, é que surge em 1933, com o Decreto Lei nº 23. 252 a Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro, com nova organização e com os currículos e objetivos atualizados. No âmbito deste contexto, os objetivos desta pesquisa tiveram como ênfase (a) Pensar sobre o corpo e as práticas educativas da Educação Física Escolar direcionadas por professoras (sexo feminino) e suas possíveis relações na construção dos estereótipos masculinos e femininos. (b) Averiguar e apontar como que os corpos são construídos sob o olhar de referências, atributos e culturas advindas das relações de gênero. (c) Investigar se as questões de gênero imbricadas no campo dessa formação profissional, até por conta da herança militarista que a Educação Física carrega, tem relevância para a criação de estereótipos masculino/feminino, tendo em vista através de dados teóricos que a área possui uma forte tendência a masculinização. Assim, a pesquisa teve como eixo metodológico, um estudo descritivo de análise qualitativa com técnicas de entrevistas semi-estruturadas para a obtenção de dados empíricos; neste caso específico priorizaram-se somente professoras de Educação Física que atuam diretamente nos quatro níveis escolares (educação infantil, ensino fundamental I, ensino fundamental II e ensino médio), e também algumas observações de aulas das mesmas. O foco nas entrevistas emergiu com as seguintes problemáticas: - A escola e as práticas educativas da Educação Física escolar contribuem para reforçar os estereótipos masculinos e femininos? - Como que as professoras de Educação Física percebem suas práticas educativas, lecionando para meninos e meninas? Pensando nas questões destacadas, o referencial teórico se valeu dos escritos sobre gênero, da crítica teórica feminista e das atuais publicações na área da Educação e especificamente da Educação Física escolar para justificar os possíveis apontamentos investigados. As contribuições da pesquisa pautaram-se na apresentação de dados sustentáveis que reforçam a importância da discussão sobre questões de gênero no espaço escolar, prioritariamente na formação e durante a docência da profissional de Educação Física, pois denunciam preferências em trabalhar o masculino pensando nos resultados alcançados.

Palavras-chave: Educação Física escolar. Formação. Docência. Práticas educativas. Gênero. Estereótipos.

                     Narciso Mauricio dos Santos
Universidade Metodista de São Paulo – UMESP /SP
Orientadora: Dra. Jane Soares de Almeida

Prof. Ms. Narciso Mauricio dos Santos