Narciso Mauricio dos Santos**
UMESP – Universidade Metodista de São Paulo
NEPEF – UNESP/Rio Claro/SP
Formar profissionais para a Educação é um assunto polêmico e estudado por muitos autores (as), dentre eles (as), Alarcão (1996), Fischmann (1986), e Gatti (1997), onde expõem direcionamentos para a proposta nos seus conteúdos.
Também indicam necessidades emergentes pensando na formação de um profissional de caráter amplo, pleno domínio e compreensão da realidade do seu tempo, com tendências a uma consciência crítica reflexiva, permitindo interferir significativamente, transformando situações inusitadas na escola, no cenário educacional, e na sociedade.
Sendo assim, a formação profissional do professor, deve possibilitar de forma geral e especifica, seu desenvolvimento como pessoa, profissional e cidadão.
Para a formação em Educação Física, tanto na licenciatura ou bacharelado, as relações de gênero que permearam esse campo durante seu trajeto até os dias atuais, denotam uma atenção redobrada, pois o processo se remetia numa estrutura de dois anos com ênfase nos aspectos biológicos e técnicos, ou seja, conhecimentos sobre o corpo humano e os relacionados às ginásticas e esportes, e isso, caracterizando a figura masculina como prioridade aos cursos.
Lentamente, estudos sobre gênero exigem descrições minuciosas e passam a incorporar explicações acerca do lugar e das relações de homens e mulheres numa sociedade, analisando não apenas seus sexos, mas tudo aquilo que socialmente se constrói com base nesses aspectos, e como isso pode interferir nestas construções sociais.
Considerando esses pressupostos, este trabalho de pesquisa tem como objetivos, investigar e contextualizar as questões de gênero que envolveu e direcionou a formação acadêmica de professoras de Educação Física, cada qual em seus cursos e épocas distintas.
Na busca de respostas e argumentos para esclarecer questões em torno da formação profissional e relações de gênero, a pesquisa foi realizada com professoras que lecionam Educação Física para a Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino médio.
Assim, priorizou-se entrevistar três de cada modalidade de ensino, totalizando doze, vinculadas a escolas estaduais e municipais da Baixada Santista/SP.
Nesta perspectiva, escolheu-se como procedimento metodológico o estudo descritivo com análise qualitativa através de entrevistas semi-estruturadas.
Portanto, considerou-se necessário analisar as concepções de gênero que conduziu a formação dessas professoras, pois acredita-se perpassar por um processo histórico e social.
Os Resultados demonstraram com base nos depoimentos, que as diferenças entre o masculino e o feminino sempre vão existir e não podem ser negadas, mas neutralizadas com ações formativas pedagógicas.
Daí a necessidade de uma formação acadêmica privilegiando tais anseios.
Constatou-se a necessidade de estudos relacionados às questões de gênero associando-os aos conteúdos da Educação Física na escola e em seus sub campos.
Observou-se também, a importância em fortalecer questões desse âmbito na formação acadêmica, principalmente para os cursos onde o ponto de partida e chegada é a área escolar.
Para finalizar, destaca-se deixar claro aos professores, de modo geral, em suas reflexões e habilidades, que as práticas educativas e o esporte dentro da escola como conteúdos, explicitam valores sexistas, neste caso prevalecendo à figura masculina, com isso, precisando urgentemente ser trabalhado nas reflexões após as aulas, onde a figura feminina se faça presente.
O convívio com o outro sexo é inevitável e muitas vezes essa relação é conflituosa e desigual, tanto por parte dos professores (as), como dos alunos (as), no entanto, não devem ser vistos como obstáculo.
Precisam vir à tona, ser discutidos de igual para igual, mesmo que as diferenças existam. Portanto, é preciso olhares atentos as questões ligadas ao gênero, principalmente no perfil formativo dos (as) novos (as) profissionais que atuarão no contexto da escola.
Palavras-chave: Formação profissional. Gênero. Professoras. Educação Física.
** Mestre em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo - UMESP, Licenciado em Educação Física/FEFIS-Santos/SP. Licenciado em Pedagogia FACEL - Don Domênico - Guarujá/SP. Especialisata em Recreação e Lazer - UNICLAR e Educação Física Adaptada - FMU - UFJF. Membro efetivo do NEPEF/UNESP de Rio Claro
Atualmente leciona da ETEC Adolpho Berezin - Mongaguá - Centro Paula Souza.
Secretaria Estadual de Educação - E.E. Pedro Paulo Gonçalvel Lopes - Praia Grande/SP
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